"AQUI - Amanhã é outra imagem" é uma ação coletiva que responde de maneira furiosa e apaixonada a tudo aquilo que nos passa e nos acontece hoje. O espetáculo passou por dois momento distintos de criação: um primeiro processo durante a pandemia de COVID-19 e outro presencial, cujas inquietações se fortaleceram e também se ressignificaram. O que sobressai desse processo todo é o desejo de pensar sobre o próprio ofício do artista e o que nos move em direção ao exercício contínuo e doloroso da criação. O espetáculo é uma realização da Súbita Companhia, fruto da parceria entre a diretora Maíra Lour e a dramaturga Lígia Souza, que juntamente com o elenco criam a ideia deste lugar que está constantemente ameaçado por forças contrárias, mas que se faz presente e vivo na potência do ato do teatro.

"AQUI" é sobre artistas que vieram antes e desconstruíram imagens e ideias para que outros caminhos fossem possíveis. Considerando a memória como o elemento que nos mantém conectados, a peça revela poeticamente a importância do teatro como espaço de troca, de presença e onde podemos desenhar outras realidades, criar novas narrativas e nutrir esperança de melhores futuros. Os valores e a sociedade se modificaram enormemente e portanto os artistas sentem a necessidade de produzir obras que dialoguem com a realidade daquele tempo. Atualmente, se faz necessário refletir sobre o momento histórico "pós pandêmico", como é percebido o que diz de quem somos e onde estamos, simbólica e fisicamente. "AQUI" se configura numa resposta artística potente de um coletivo de artistas frente ao que acontece hoje no próprio teatro, depois de ter sido colocado em xeque. Com isso, é também um dos objetivos do projeto gerar reflexão acerca da valorização no fazer artístico.

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Sinopse:

Cinco artistas estão no mesmo espaço. Compartilham também o mesmo tempo e as inquietações de quem cria uma obra de arte. De repente, um buraco no teto se abre, invadindo a cena e o pó que cai lá de cima já cobre seus corpos. O que fazer? "AQUI - Amanhã é outra imagem" é um espetáculo que traz para cena questionamentos sobre a insistência em seguir fazendo arte. Um buraco que para cada uma das personagens significa algo diferente. Mas, aos poucos, ele nos permite ver o céu. Os artistas permanecem neste espaços repetindo suas ações, o gesto eterno que sobrevive ao agora, porque está contido aqui, se inicia e se finda ao começar de novo e de novo.